02 agosto, 2011

REGENERAÇÃO ESPIRITUAL EZ 37.1-10

       O Capitulo 37 de Ezequiel, relata uma visão que teve o profeta sobre a situação em que se encontrava o povo de Deus, quando de seu cativeiro na Babilônia. Nessa revelação dada por Deus ao profeta, ele vê um vale cheio de ossos secos, que tanto representava a situação física do povo, que havia deixado para trás sua terra, seus bens materiais e seus familiares, bem como seu estado de total miséria espiritual, longe de seu Templo, local de adoração à Deus. Demonstrava uma vida de total desanimo e frustração, conforme a palavra profética do Salmo 137.
 No texto, podemos destacar três pontos importantes na situação em que estavam aqueles ossos:

1 – OS OSSOS ERAM NUMEROSOS
Podemos nomear alguns ossos que ali estavam, por exemplo:
Tristeza, queixas, decepção, amargura, miséria, inveja, ódio, rivalidade, desobediência, murmuração; sentimentos que muitas pessoas guardam em seus corações, coisas que as impedem de viver uma vida espiritual abundante e cheia da presença de Deus.

2 – OS OSSOS ESTAVAM SEQUÍSSIMOS
Significa que eram ossos velhos, à muito tempo estavam naquela situação. Retrato de muitos cristãos que passam anos freqüentando uma igreja, vivendo seu religiosismo tradicionalista, numa vida espiritualmente vazia e “seca”, como se encontravam aqueles ossos.

3 – ESTAVAM DESCONJUNTADOS E MISTURADOS
Se encontravam fora de ordem, desunidos, esparramados por todo o vale. Precisavam ser reorganizados, cada um voltando ao seu lugar de origem para que pudessem ser revividos.

O texto nos mostra que Ezequiel recebeu a ordem de Deus para proferir uma palavra profética àqueles ossos, os quais, ao ouvirem a Palavra de Deus, foram envolvidos em 5 acontecimentos:
1 – HOUVE UM RUÍDO v.7

Os ossos se moveram, juntaram-se cada ossos ao seu osso, cada junta à sua juntura, fazendo um grande barulho que ecoava em todo o vale. Algo assim deve acontecer com algumas igrejas onde em seus cultos, ninguém abre a boca para glorificar à Deus, cultos silenciosos que mais parecem velórios, nos quais,  se cair uma agulha no chão, todos ouvem o ruído dela. Precisam receber uma palavra profética para ressuscitarem espiritualmente.

2 – FORAM REGENERADOS v.8
Assim que os ossos foram juntados, cada um ao seu lugar, o texto diz que os ossos receberam nervos, cresceram carne e estendeu-se a pele sobre eles; já não eram apenas caveiras, mas corpos completamente regenerados, prontos para receberem a porção do Espírito para que pudessem ficar em pé, na presença de Deus.

3 – OS CORPOS REVIVERAM v.10
Conforme a ordem do Senhor, Ezequiel profetizou, nesse momento o Espírito veio dos quatro ventos e entrou naqueles corpos, e eles reviveram.

4 – SE PUSERAM EM PÉ v.10
Quando reviveram, levantaram-se e colocaram-se em pé, e já não eram apenas corpos desunidos, mas um exército grande em extremo, preparado para encarar as batalhas da vida. Um exército preparado para lutar e vencer (Cheios do Espírito Santo).

        “Que Deus, assim como restaurou a vida espiritual do povo de Israel, representado por aquele vale de ossos secos, venha restaurar espiritualmente nossas igrejas para que possam cumprir seu papel nesse tempo do fim, com Graça e unção do Espírito Santo.”

29 junho, 2011

O Cristão e as Tempestades da Vida - Lc 8.22-25

É fato que sendo nós cristãos, filhos Deus, não estamos livres de passarmos situações adversas em nossas vidas. Temos dias de bonança, mas também temos dias de tempestade, quando enfrentamos o mar revolto de nosso cotidiano. Os discípulos de Jesus tiveram esta experiência, quando navegavam no mar da Galiléia, e dessa viagem, podemos tirar algumas lições importantes em alguns pontos do texto bíblico:


1º Num daqueles dias
Segundo a narração de Lucas, “num daqueles dias”, quer dizer que era um dia comum do cotidiano, não era um dia de sábado nem um dia de festa especial. Os acontecimentos e nossas vidas não escolhem dias especiais para acontecer, sejam bons ou ruins, seja calmaria ou tempestades. A qualquer momento podemos nos deparar com situações inusitadas.

2º e disse-lhes, passemos
Jesus demonstra nessa expressão, que estava determinado a passar para a outra margem do Lago, Ele como Mestre e Senhor, estava no controle, sendo assim nada poderia impedi-los de chegar ao objetivo. Nós servos do Senhor Jesus, temos que ter determinação para fazer a Obra do Senhor, ou qualquer outro empreendimento em nossas vidas.

3º e partiram
Mediante a palavra do Mestre, iniciaram a viagem. Toda viagem, todo projeto, todo empreendimento deve ser iniciado quando chega a hora certa. Quando o Senhor dá o sinal verde para começarmos, não devemos exitar, mas agir com Fé no Senhor Jesus.

4º navegando eles, adormeceu
Por que Jesus adormeceu? Porque (navegando eles) os discípulos tomaram a direção do barco, Jesus foi até a popa, deito-se e adormeceu, pois não havia nada para fazer, os discípulos assumiram o trabalho de Jesus, conduziram o barco, tratando o mestre apenas como um simples passageiro.

5º sobrevindo a tempestade no Lago, eles estavam em perigo
Confiando em suas experiências marítimas, tomaram a direção do barco, deixando Jesus adormecido na popa. Quando a tempestade se levantou no lago, o barco se enchia de àgua começando a afundar, e eles estavam em perigo de vida, porque Jesus não estava conduzindo o barco.

6º Mestre, perecemos
Os discípulos que antes, tão confiantes em suas experiencias pessoais e conhecimentos marítimos, agora estão desesperados dizendo: Mestre, perecemos, já se contavam perdidos com medo da morte. Jesus levanta-se, repreende os ventos e faz-se bonança. Tantas vezes em nossas vidas, nos desesperamos com situações adversas e esquecemos que é só clamar ao Senhor, que Ele se levanta para nos socorrer.

7º E disse-lhes: Onde está a vossa fé
Jesus lhes fez essa pergunta, já sabendo onde estava a fé dois discípulos. A fé deles estava no Lago, estavam acostumados a pescar alí, pensavam que sabiam tudo sobre aquele lago e firmaram sua fé nele pois não era comum haver tempestades alí.

8º Maravilharam-se dizendo: Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem
Atônitos, reconheceram que o Senhor deve estar no controle e tem poder sobre todas as coisas.

“Queridos, precisamos aprender a deixar Jesus pilotar nosso barco. O mestre precisa dirigir nossas vidas, pois não sabemos que hora chegam as tempestades no nosso dia à dia. Não podemos deixar Jesus na “popa” da nossa embarcação como fizeram os discípulos, mas na Proa, e assim o Senhor nos livrará de todos os perigos que nos cercam e as tempestades da vida não nos pegarão desprevenidos.”

18 maio, 2011

MARCAR DATAS PROFÉTICAS - O QUE A BÍBLIA DIZ ?

O que Jesus ensinou sobre marcar datas?

Nosso Senhor foi bem enfático ao ensinar sobre Sua volta. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas), Jesus advertiu os discípulos e crentes contra marcar datas. Mas, como já vimos, em toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações relativas a datas.

Jesus enfatizou a profecia e o entendimento dela nos Seus ensinamentos. Ele não evitou nem descartou sua relevância; fez exatamente o oposto. Ele enfatizou a importância da profecia para entendermos Sua vida e Seu ministério. Mas também explicou que há alguns aspectos do futuro que não podem ser conhecidos com precisão. Sua volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações dos videntes:

•Mateus 24.36: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13.32 é uma passagem paralela idêntica).

•Mateus 24.42: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.

•Mateus 24.44: “Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.

•Mateus 25.13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. (Marcos 13.33-37 é uma passagem paralela.)

•Atos 1.7: “Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade”.

Essas passagens são proibições absolutas de marcar datas. Alguns estudiosos de profecia disseram que estes versículos ensinam que era impossível saber a data na igreja primitiva, mas que nos últimos dias algumas pessoas saberão. Outros estudiosos disseram que estes versículos ensinam que ninguém sabe o dia nem a hora, exceto aqueles que forem capazes de descobri-los usando algum esquema cronológico. Ambos estão absolutamente errados! A data da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mateus 24.36). Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”

O que mais a Bíblia ensina sobre profecias?

O ensinamento de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em 1 Tessalonicenses 5.1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite.”

Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.

Algumas pessoas acreditam que há passagens na Bíblia que ensinam que os crentes poderão saber a data da volta de Cristo. Examinaremos algumas dessas passagens para mostrar como aqueles que defendem a marcação de datas usaram os vários versículos de forma errada em suas tentativas de conseguir legitimidade para suas posições. A Bíblia não contém contradições internas. É errado pensar que as Escrituras dizem que “ninguém pode saber”, mas também afirmam que algumas pessoas conseguirão descobrir.

A primeira passagem ocasionalmente citada é Lucas 21.28: “Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.” Algumas pessoas ensinaram que essa passagem implica uma permissão para marcar datas. Mas indicadores contextuais importantes são esquecidos em tal argumento. Estes indicadores incluem o fato de que a passagem se refere aos crentes judeus durante a futura tribulação de sete anos, que, logo antes da segunda vinda de Cristo, devem vigiar, não marcar datas, enquanto passam pelo período final de severa perseguição. Isso não está relacionado a marcar datas durante a atual era da Igreja, já que está relacionado a eventos durante a tribulação de sete anos. Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja (não na tribulação). A era da Igreja termina com o arrebatamento, que é um evento sem sinais. Então não há maneira de ligar, especificamente, eventos da nossa época com os da tribulação para marcar uma data. Devemos vigiar e esperar a volta do nosso Senhor no arrebatamento justamente porque não podemos marcar datas.

Uma segunda passagem citada algumas vezes é Hebreus 10.25b: “antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” Alguns ensinam que isso implica que os crentes podem ver ou saber que “o dia” (a segunda vinda) está se aproximando. Enquanto alguns interpretam “o dia” como uma referência à segunda vinda, achamos que o contexto imediato e o contexto do livro de Hebreus indicam uma advertência aos crentes judeus antes da destruição de Jerusalém e do templo em 70 d.C. Trata-se de uma advertência para não voltarem para o judaísmo (i.e., apostatarem) já que o futuro próximo continha apenas castigo para os judeus que rejeitaram Jesus como seu Messias. Então “o dia” não é uma referência à segunda vinda mas sim à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Se essa passagem realmente se refere à segunda vinda, uma vez mais, não haveria base para ligar um fator específico que sirva para marcar a data da segunda vinda. A afirmação geral “tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” não quer dizer que saberemos especificamente quando Ele vem, assim como alguém que vê a chegada de uma tempestade e não sabe a hora exata em que vai chover no lugar onde está.

Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja.

Uma terceira passagem que às vezes é mencionada é 1 Tessalonicenses 5.4: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que este dia, como ladrão, vos apanhe de surpresa.” Ensinava-se, com base nessa passagem, que os crentes saberiam a data “do dia” [i.e., “o dia do Senhor” (veja 1 Tessalonicenses 5.2)] para não serem pegos de surpresa. Mas esta interpretação atribui o sentido errado ao ensinamento de Paulo. Paulo está dizendo que os tessalonicenses não serão surpreendidos porque estão preparados pelo fato de serem crentes. O Senhor cuidará de todos os crentes (acreditamos que através do arrebatamento pré-tribulacional), de forma que, ao contrário do descrente que estará despreparado e será pego de surpresa, o crente estará preparado.

Que perigo existe em estudar profecias e marcar datas?

Não há perigo em estudar profecias. Na verdade, não podemos ignorar as profecias e o estudo correto da Bíblia, mas não podemos cair na armadilha de marcar datas. A Bíblia ensina claramente que a Palavra de Deus é suficiente para tudo o que precisamos a fim de vivermos uma vida que agrade a Cristo (2 Timóteo 3.16,17; 2 Pedro 1.3,4). Isso significa que se algo não é revelado a nós na Bíblia, não é necessário para cumprir o plano de Deus em nossas vidas. A data da volta de Cristo não é dada na Bíblia, então, apesar do que algumas pessoas possam dizer, não é importante conhecê-la para agradar a Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29.29). A data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a Deus.

Já que a Bíblia proíbe marcar datas, o que ensina? Muitas das mesmas passagens que proíbem marcar datas nos instruem sobre o que fazer até que o Senhor volte. Por exemplo, Mateus 24.42 não só adverte: “porque não sabeis em que dia vem o nosso Senhor”, mas também exorta os crentes a “vigiar”. Mateus 24.44 manda os crentes “ficarem apercebidos” porque “à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.” E também Mateus 25.13 nos exorta a vigiar “porque não sabeis o dia nem a hora.”

O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador (já que não sabemos quando Jesus voltará). Devemos ficar alertas, ao contrário dos descrentes que ficam dormindo, em relação às coisas de Deus. Devemos ficar alertas a fim de vivermos piedosamente até o Senhor voltar porque estamos na noite escura desta era maligna, que exige uma vigilância ativa contra o mal.

O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador.

Se a Igreja soubesse o dia ou a hora do arrebatamento, a iminência, a posição que os crentes pré-tribulacionistas têm em relação ao arrebatamento, seria destruída. A iminência bíblica ensina que Cristo pode, mas não precisa, vir a qualquer momento. Isso também significa que não há sinais que precisam ser cumpridos para o arrebatamento acontecer. Então, Cristo poderia literalmente vir hoje ou neste exato momento ou instante. Todas as tentativas de marcar datas destróem essa iminência. Se alguém ensinasse que o arrebatamento aconteceria num dia, mês, ou ano específico, então isso significaria que Cristo não poderia vir antes dessa data. E, assim, o arrebatamento não poderia ser iminente, já que Cristo não viria até essa data específica. A iminência é importante porque geralmente está relacionada a mandamentos de vida santa. Por isso, marcar datas também tem um impacto negativo na ética.

Ao mesmo tempo que marcar datas é claramente proibido na Palavra de Deus, acreditamos que é válido entender que Deus está preparando o cenário para Seu grande programa do fim dos tempos. O que isso significa? Como mencionamos anteriormente, o arrebatamento é um evento sem sinais, então é impossível identificar sinais específicos que indiquem sua proximidade. É por isso que todas as tentativas de datar o arrebatamento aplicaram erroneamente à Igreja passagens relacionadas ao plano de Deus para Israel. Um exemplo deste erro seria dizer que as festas de Israel (i.e., Rosh Hashanah) estão relacionados com a marcação da data do arrebatamento como observado acima. Mas, já que a Bíblia descreve os participantes, os eventos, e as nações envolvidas na tribulação final, podemos ver a preparação de Deus para os últimos sete anos das setenta semanas de Daniel para Israel.

Por exemplo, o fato de que Israel foi restabelecido como nação e agora controla Jerusalém é uma indicação forte de que a era da Igreja está chegando ao fim (Isaías 11.11-12.6; Ezequiel 20.33-44; 22.17-22; Sofonias 2.1-3). Mas isso só pode ser uma indicação geral, já que nenhum cronograma é dado especificamente para a atual preparação do cenário. Não podemos saber com certeza que somos a última geração antes do arrebatamento porque Deus pode resolver “preparar o cenário” durante os próximos 100 anos ou mais. O Dr. Walvoord diz corretamente:

Não há base bíblica para marcar datas para a volta do Senhor nem para o fim do mundo... Os intérpretes estão percebendo cada vez mais uma correspondência surpreendente entre a tendência óbvia dos eventos mundiais e o que a Bíblia previu séculos atrás.[1]

Jesus Cristo voltará! É nossa responsabilidade estar preparados para essa volta e para proclamar a salvação que Ele oferece, a fim de que outros também estejam preparados.
(Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

18 abril, 2011

A GLÓRIA DA ÚLTIMA CASA

Ageu 2.9 ”A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos”.



           O sentimento da Igreja dos nossos dias é o mesmo sentido pelos irmão nos dias de Salomão quando inauguraram o primeiro e grande Templo ao Senhor. Naquele culto de poder e unção, a Bíblia diz que a manifestação do Senhor foi tão grande que a Glória de Deus encheu aquela casa, de forma que os que estavam de fora não podiam entrar porque a glória do Senhor invadiu todo o espaço. Como vemos no segundo livro das Crônicas 7. 1-3,essa glória foi marcante, foi sobrenatural, foi uma coisa jamais vista em Israel. Meditar no texto de Ageu 2.9, : “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos” é vislumbrar que o Deus da glória quer manifestar a sua glória de uma forma ainda mais marcante.

1. A MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA DE DEUS NA PRIMEIRA CASA

Podemos observar que a Glória de Deus no 1º Templo trouxe três experiências maravilhosas:

1ª Aceitação de Deus aos sacrifícios, “...desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios” (2 Cr 7.1a)

2ª Avivamento entre o povo de Deus, “e a glória do Senhor encheu a casa.” (2 Cr 7.1b)

3ª Adoração sincera a Deus: “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo, e a glória do Senhor sobre a casa, prostraram-se.... adoraram ao Senhor e lhe deram graças....” (2 Cr 7.3)

Isto foi somente uma demonstração do que ainda estava por vir. Pois Deus tem sempre algo maior a realizar, haja visto que, a glória da segunda casa, seria ainda maior (Jesus entraria nele).

2. A GLÓRIA DA SEGUNDA CASA

         A promessa era e é extraordinária. O profeta Ageu fala para o povo enxergar isto! Embora tendo experimentado a glória de Deus no Templo, o povo se desviara dos preceitos divinos.



- A indiferença do povo quanto ao que estava por vir: Todos estavam levando uma vida sossegada, voltada para si próprios. (Ag.1.1-9)

- Isto lhes trouxe sérios prejuízos: Pouca colheita / Não se fartavam / Saquitel furado / Esperando muito mas colhendo pouco. Deus reteve a benção “o orvalho, os frutos, o trigo, o mosto, o azeite, o gado, e todo o trabalho das mãos”, foi então que o senhor hes chamou a atenção – “Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos” v.5

3. A GLÓRIA DA ULTIMA CASA SERÁ MAIOR

A Última casa é a Igreja do Senhor Jesus, cada crente cheio do Espírito Santo envolvido na Glória de Deus.


A superioridade da glória de Deus na Última casa:

O 1º templo era de Salomão, hoje nós somos o templo onde habita a glória da ultima casa.

O 1º templo um sonho que começou em Davi, hoje vivemos a realidade de Mt.16:18.

O 1º templo edificado com prata, ouro, madeira, hoje o elemento da solidez da edificação: O SANGUE.

O 1º templo ficava sobre o Monte Moriá, hoje esta sobre a Rocha que é Cristo.

O 1º templo os sacerdotes eram terrenos, hoje temos um grande sumo sacerdote, Jesus o Filho de Deus

O 1º templo a glória era transitória, hoje a glória é permanente.

Os do 1º templo viram a glória encher o tempo, os do dia do pentecoste receberam a glória da segunda casa dentro deles.

Conclusão:

         No passado Deus fez coisas extraordinárias no meio do seu povo por causa da Sua glória, mas hoje Deus está fazendo coisas maiores porque a Sua glória sobre a Igreja é maior do que nos tempos passados.

- CELEBREMOS ENTÃO QUERIDOS IRMÃOS, A GLÓRIA DA ÚLTIMA CASA DENTRO DE NÓS, HOJE, AGORA!

31 março, 2011

REQUISITOS PARA ATRAVESSAR O DESERTO


Ex. cap.12  ver.11



         Segundo o contexto do versículo 11, observamos a ordem de Deus aos filhos de Israel, para se prepararem para a partida do Egito, que aconteceria logo após comerem a páscoa do Senhor e a última praga ser derramada sobre o Egito (a morte dos primogênitos).  
         Para começarem a viagem através do deserto, o povo de Deus precisava se preparar, seria necessário observar três requisitos  indispensáveis para chegar ao objetivo (Canaã, a terra prometida).
         Nos nossos dias, a igreja do Senhor Jesus, atravessa por muitos desertos na sua caminhada rumo à Canaã Celestial. O mundo é um verdadeiro deserto espiritual, cultural e moral, sendo assim, a igreja do Senhor precisa observar os preceitos da Palavra de Deus e ter consigo os mesmos requisitos  que o Senhor ordenara aos filhos de Israel, para atravessar o deserto. 

 1° OS LOMBOS CINGIDOS
         O ato de cingir os lombos era amarrar um cinto de couro ou tecido sobre a cintura, para dar firmeza às vestes ou armadura dos soldados, o qual também sustentava a espada e outros instrumentos de batalha.
Simboliza:   Revestimento de Força e Poder (Unção do espírito Santo)
Força:     2 Sm. 22.40  “Me cingiste de força para a peleja...”
Alegria:     Sl. 30.11 “...e me cingiste de alegria”
Verdade:     Ef. 6.14  “tendo cingido os lombos com a verdade”

2º SAPATOS NOS PÉS
         Como os israelitas enfrentariam o duro e árido deserto do Sinai, muita areia e pedregulhos, poderiam ferir seus pés, bem como pisarem em alguma coisa mortífera ou contaminada. Assim os sapatos serviriam para a proteção e segurança durante a caminhada; Para nós crentes em Jesus, ter os “sapatos nos pés”, tem um sentido espiritual muito relevante.
Simboliza:    
      -- Estar livre do contato com as coisas impuras deste mundo. Pv 1.16  / 6.18   Is 59.7 “pés que correm para o mal e se apressam para a morte”  (inclinação ao pecado).
      -- Prontidão para fazer a Obra de Deus.  Ef 6.15 “Tendo vossos pés calçados na preparação do Evangelho da Paz”... (Pregação do Evangelho).

 3º CAJADO NA MÃO
      O Cajado ou Bordão  é uma vara longa, com uma das extremidades arqueadas que serve para trazer a ovelha para perto do pastor, para guiá-la no caminho certo, ou para removê-la de uma situação de perigo.
       É um cetro real, símbolo de autoridade, unção e poder dados por Deus ( Salmo 110:2)
Exemplos:  - O cajado dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
                 - O cajado de Moisés ( Ex 4.17 ).                                                                      
      Sendo assim, o cajado simboliza o ministério de cada servo de Deus, os talentos e dons que Deus dá aos seus filhos conforme sua vontade    ( Hb 2.4 ).
OBS: O cajado era feito de madeira, era talhado com ferramentas até ficar do comprimento e espessura ideais para cada pastor, sem caroços, rachaduras e farpas. Assim também nosso ministério deve ser talhado ou moldado pela ferramenta (Palavra de Deus) até estar na “medida certa” para ser útil no Reino de Deus”  .

14 março, 2011

ADULTÉRIO, PECADO DE MORTE



"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela". - (Mateus 5:27-28)







Vivemos dias que fariam corar de vergonha Sodoma e Gomorra. Não há lugar que não se respire um ar de irreverência, luxuria e busca pelos prazeres do mundo. Os meios de comunicação então, tornaram-se uma vergonha deslavada. Ensina-se de tudo. Sim, tudo o que se pode imaginar e mais o que não se consegue imaginar. Convive-se com todas as maldades possíveis, que brotam da tela da tua televisão e da minha também. Já me disseram que deveria jogá-la no lixo, mas, por amor ao meu desejo quase insano de me manter informado sobre a evolução das coisas no planeta, continuo ligado. Em casa, não temos a política do “proibir”, mas a do “esclarecer” e a do “aconselhar”. Vai indo bem, obrigado.

Mas, nós que somos crentes e amamos o bem e a verdade, não devemos nos contaminar com o lixo da TV. E, com certeza, você e todos nós, sabemos discernir o que convém e o que não convém assistir. Ressalto ainda, a importância de observarmos o que está se passando no mundo. A TV é uma janela por onde você vê o inimigo operando com toda a sua força, para levar a destruição à vida e à humanidade.

E é na televisão que vem sendo fomentado nas pessoas um grave pecado: o desejo dos casados, se aventurarem fora do casamento. Já de alguns anos para cá, intelectuais, jornalistas e autores de telenovelas, vêm fazendo grande esforço para banalizar o casamento; tratando-o com um evento de menor importância, que pode ser feito e desfeito, conforme o desejo do homem e da mulher envolvidos. Evidente que tudo é tratado sob o ponto de vista humano. E, se o homem fosse mesmo um corpo que anda, sem alma ou espírito, pouco importaria casar, não casar, separar ou ficar juntos. Afinal, se estivéssemos mesmo no mundo para viver, por que não fazê-lo? Claro que tudo isso se modifica radicalmente, quando se entende que o homem tem alma e que ela, de algum modo, existe em outro lugar, depois da morte do corpo. E, se isso for verdade, Deus é verdade; e se Deus é verdade, o mundo está perdido.

Adultério é o nome do pecado, e pecado de morte. Isso quer dizer que quem adultera, está atraindo a ira de Deus sobre sua vida. Tudo vai dar errado. Meu irmão e minha irmã, preste atenção nisso: é preciso perguntar a nós mesmos, se não estamos vivendo em adultério. As igrejas cristãs estão repletas de pessoas separadas, de mulheres vivendo com homens separados; de homens ajuntados com mulheres separadas; de homens que abandonam a mulher por causa de uma sirigaita, e também de mulheres que não ficam atrás, abandonando maridos, por causa de um “pegador”, como me disse uma irmã numa carta essa semana.

Olha irmãos, isso tudo é uma desgraceira sem fim. O casamento é uma instituição divina e foi determinado por Deus, para que acontecesse entre um homem e uma mulher. Quando você se casa, está assumindo um compromisso perante Deus e isso tem a ver com o corpo da sociedade. Não se pode separar por uma razão qualquer. A prostituição, é o único motivo justo, disse o Senhor. A separação entre um homem e uma mulher é como um câncer no corpo social. Não tem cura, a não ser que se procure a Jesus Cristo, Senhor e médico das almas. Ele poderá perdoá-los e lhes dar oportunidade para uma nova vida, isso se houver arrependimento sincero. Mas não pensem que poderão continuar se separando, sob o argumento de que “Jesus perdoará”. Quem recebe a Jesus Cristo de verdade, não volta ao pecado, não volta à lama, não volta ao chiqueiro, disse o apóstolo Pedro.

Irmãos parem de brincar de casamento. A coisa é muito séria e se não andarmos direito, nossa alma pode terminar no inferno. Os pastores têm o dever de alertar os crentes das suas igrejas, para o perigo da separação. Maridos, orem a Jesus para que vivam apenas para suas mulheres. Esposas, clamem ao Senhor, para que não permita que sejam tentadas além da conta. Somente em Cristo, há vitória sobre o pecado. O mundo está indo a pique; está afundando. As famílias estão sendo destruídas e a doutrina do diabo está se espalhando por toda parte. Não se deixe enganar pelo tentador. As coisas devem piorar muito nos próximos anos. Vigiemos em oração, em jejum (espiritual) e clamores ao Pai das Luzes e ao seu Filho Jesus, para que não deixem a nenhum de nós cairmos na desgraça da separação e do adultério. AMÉM.

23 fevereiro, 2011

NÃO SEJAIS TÍMIDOS

JUÍZES CAP. 7

INTRODUÇÃO: O povo de Deus tem estado tímido, e o que diz a palavra sobre os tímidos, qual será a sua sorte? (Ap. 21:8). Ousadia, para ir além do que os homens determinam que seja o normal, é o que Deus espera do seu povo. Que se movam com coragem, e intrepidez, tomando decisões que mesmo que choquem, demarquem uma quebra de compromisso com os costumes humanos, e selem uma aliança consigo. Essa coragem tem faltado ao povo de Deus. A prudência (que era uma palavra virtuosa) virou covardia e falta de compromisso com o Senhor dos exércitos.

TRANSIÇÃO: Hoje, um inimigo perigoso (Midiã) cercou o povo de Deus, e com suas investidas numerosas e variadas lhe confunde a visão e o entendimento espiritual. Assim, tem roubado aos poucos, mas de forma constante e demorada, as forças da igreja, minando seus recursos para reagir e lutar pela liberdade.

1.O SENHOR QUER NOS DAR A VITÓRIA CONTRA ESSE INIMIGO

Gideão perguntou: “ mas... Eu? Sou tão insignificante!” O Senhor quer nos usar, não por causa de nossa grande capacidade ou espiritualidade, mas porque ele só precisa de alguém disposto e com coragem para quebrar as amarras diabólicas. Gideão creu,

2.NOS DIAS ATUAIS, A INVASÃO DO MAL SE DÁ ATRAVÉS DA MENTE

A vida social está toda transformada para aceitar os conceitos baseados em estudos de homens sem Deus, baseados no humanismo secular (são os altares a Baal) a educação formal, o ensino religioso, a educação dos filhos, a decência que se tornou uma palavra em desuso, as relações familiares, dessa forma o inimigo tem influenciado pouco a pouco a igreja, que já não se comporta como o povo do Deus vivo, não reconhece seu poder para se livrar desse inimigo e terem vidas livres do pecado.
3.UMA GRANDE LIÇÃO A APRENDER COM GIDEÃO

Gideão creu no que o Senhor lhe dissera,(Jz. 6:16) por isso se comprometeu, ousou, e lutou uma batalha impossível após escolher entre seus homens aqueles que estavam comprometidos com a verdade e com a vontade de agradar ao Deus vivo. Que eram valentes e decididos, não voltando atrás a qualquer momento ou que por qualquer motivo interrompessem a caminhada que leva à vitória. Entre a qualidade e a quantidade, Deus vai privilegiar sempre a qualidade, não que Ele não goste de quantidade, mas Ele não negocia sua preferência pela qualidade.. Não temamos em tirar do nosso meio os elementos que atrasam a caminhada e comprometem o sucesso na batalha.

CONCLUSÃO: Não podemos negociar com nosso inimigo, (Midiã) precisamos enfrentá-lo, mesmo que pareça impossível vencer. Como igreja e em nossa vida particular, temos de sacudir de sobre nós os conceitos humanistas que foram impostos à igreja. Derrotar de vez a incredulidade que faz com que cristãos não se livrem de seus vícios, pecados ocultos, suas preferencias por comportamentos condenáveis e quaisquer outros prejudiciais ao bom relacionamento cristão, os que são de Cristo, lutam contra essas coisas e delas se livram pela fé e pela luta diária usando as armas que o Senhor nos deu. Os que não conseguem se livrar dessas coisas (vivem dizendo: “não consigo”) não estão aptos para a batalha, não podem ir à guerra, porque além de ser certa sua derrota, iriam comprometer também a vitória daqueles que odeiam e lutam contra o pecado, que aceitam usar as armas e a estratégia do Senhor ao invés dos recursos humanos.



Pr Derli Oliveira de Lima
Igreja Batista Nacional de Capanema

14 fevereiro, 2011

TESTEMUNHO DO PASTOR CAIO FÁBIO


BOAS NOVAS PARA MIM


Nasci e fui batizado na igreja Presbiteriana, por causa de minha mãe, e na Católica, por causa de meu pai.


Mas foi na fé da minha mãe que fui educado.

Preguei pela primeira vez bem antes de me converter.

Eu tinha uns treze para quatorze anos quando me senti tocado numa reunião de oração, e orei com tamanha intensidade e descontrole coerente que se parecia com aquilo que acontece quando “línguas espirituais” são faladas.

Mas eu falava português como quem fala em línguas.

O Reverendo Antônio Elias ouviu, me chamou e me disse: “Filho, Deus deu um dom muito especial a você. Enquanto você orava, eu senti a presença forte do Espírito. Há um dom em você”.

Quem conhece aquele homem sabe que ele não andou pela vida fazendo distribuição de dons como se fossem pirulitos. Ele sempre foi espiritualmente sábio e sóbrio.

Então, por conta disso, convidaram-me para pregar, e eu aceitei.

Preguei, naquele período, umas vinte vezes, sempre com muita Graça, e conversões aconteciam, e centenas de pessoas, nos lugares onde fui levado, disseram que a Graça de Deus estava sobre mim.

Até na reunião de segunda-feira, na casa do Dr Acioli de Brito —famosa no Rio na década de 60, vindo a se transformar em igreja, gradualmente, até chegar a ser a Igreja Maranata, há décadas dirigida pelo pastor Paulo Brito—, eu fui levado para pregar. E quem estava lá deu testemunho do dom de Deus que estava sobre mim.

A questão é que aquilo não era uma boa nova para mim.

Eu não queria me sentir como um médium perseguido pelos espíritos. Eu não queria virar pastor, nem pregador, nem crente, se a cara fosse aquela que eu via cobrindo a face da maioria dos cristãos.

Crer em Jesus, sinceramente, eu nunca conheci um único tempo em minha vida em que o Nome dEle não me chegasse à boca, em todos os vales de sombra e de morte, antes de qualquer possível reação.

Eu sempre soube que eu era dEle!

Mas eu queria viver um pouco. E, conforme eu aprendi com a igreja, a vida com Deus era tudo aquilo que faltava de vida, alegria e prazer. E que crente bom era aquele que sublimava todos os seus gostos e aprendia a chamar urubu de meu louro.

Isso, sinceramente, eu não queria.

Então eu tentei esquecer que eu era dEle, e dei vazão a todos os desejos instintos.
Instintos e desejos sempre tiveram um papel muito forte em meu ser.

Eu fui introduzido objetivamente aos sentidos sexuais muito cedo, com cerca de cinco anos de idade.

Daquela idade para a frente, o único tempo de abstinência relativa foi nos dois anos em que residimos em Copacabana (64-66). Porém, com a ida para Niterói, aos 12 anos, o sexo teve como dar as caras, visto que na vizinhança semi-descalça onde fomos morar, havia mais sexo infantil rolando pelos matagais do morro da Rua Justina Bulhões, no Ingá, do que nas ruas de Copacabana.

Bem, agora, aos 13 para 14 anos, eu sentira o dom, poderoso em mim, mas a força dos desejos e instintos, somados à repressividade proposta pela igreja, geraram em mim um sentimento de pulsão apocalíptica, do ponto de vista psicológico.

Ou seja: o mundo em breve iria acabar para mim, pois Jesus viria me buscar para me usar, e eu, se fosse safo, que usasse de agilidade, e aproveitasse tudo do mundo, antes que Ele viesse me pegar.

Tal instinto desenvolvido, somado a um sentir apocalíptico, gerou uma pulsão existencial poderosa em mim.

Daí entre os 13 e os 18 anos de idade eu ter vivido muitas juventudes. E mais que isso, eu encontrava, ainda adolescente, homens maduros que me diziam: "Nessa área da vida, você, a julgar pelas histórias, tem muito mais para contar do que eu".

Viver intensamente até que Jesus viesse me buscar para servir ao dom era o meu plano.

Essa era a minha concessão, e, em troca, esperava aquela liberdade temporária.

É claro que tudo isto se dava num plano de sutilezas, e agiam por meio de mecanismos que me eram, então, inconscientes.

No livro Confissões do Pastor —que é minha autobiografia, parte I, pois a escrevi com consciência de que Deus estava virando muitas outras páginas em minha existência—, eu conto um pouco disso. Sim, porque não contei da missa nem o terço. E houve gente que achou que exagerei...

O que eu não sabia é que Jesus já me buscara há muito... eu é que não sabia.

Tenho consciência de que tudo o que fiz na adolescência e primeira juventude o fiz de modo existencialmente diferente de meus amigos.

Eu sentia que para eles tudo era muito mais básico do que para mim.

Eu pecava diferente deles. Eu fazia tudo diferente deles, embora fossem as mesmas coisas.

Fiz “folders” compressos de tudo o que se podia viver, e me alegrei na minha juventude até que fiquei subitamente velho, aos dezoito anos e meio de idade. E comecei a querer morrer.

Foi quando em 1973 eu fui ao encontro de mim mesmo em Cristo, que já era em mim.

E ao encontrá-lo, encontrei-me, e fui encontrado por Ele; quando o achei, me achei, pois sempre havia sido dEle, e somente nEle eu poderia ver minha própria face.

Assim, as Boas Novas que eu haveria de pregar tiveram que ser antes Boas Novas para mim, visto que para Deus eu não era uma Boa Nova.

Eu tive que desejar Aquele que me escolheu!

Ele me quis, mas “se segurou” até eu querê-lO mais que tudo o mais...

Eu estou contando esta história, minha, completamente pessoal, apenas para afirmar que não é o homem que é a Boa Nova para Deus, mas Deus a Boa Nova para o homem.

Hoje eu olho para trás e não tenho como separar a presença do dom de Deus em mim, de Deus mesmo, até mesmo enquanto eu vivia todas as maluquices a que me permiti, fugindo de um dom que mais cedo ou mais tarde me acharia, apenas para descobrir que não era o dom que precisa de mim, mas eu dele; e nem era Jesus quem estava esperando que eu lhe fizesse um favor, Ele é que haveria de me ver chegando, como um pródigo, implorando pela Sua Graça: favor imerecido.

As Boas Novas eram para mim, não eu para elas!

Depois, com o passar do tempo, e com as muitas “bênçãos de Deus” em minha vida, sutilmente, comecei a ficar “evangélico”.

Comecei a sentir —porque pensar não dava; jamais seria tão burro assim— que eu era “uma bênção”, naquela medida evangélica da autoglorificação que o “tom da palavra” carrega nos átrios da religião.

Então, caí em mim outra vez, aí por volta de 1978.

Houve recaídas, todas muito sutis; muito mais emocionais que racionais. Mas logo eu as percebia, e chamava aquela figura sósia, que existe em mim, para um papo de homem, na Graça de Deus.

Eu sabia que ali residia o maior de todos os problemas, e que foi a condenação do diabo.

“Que a soberba não me domine; então serei irrepreensível, e estarei livre de grande transgressão” —era minha oração.

Que a soberba existia em mim e em todos eu sabia. Meu desejo era que ela não me dominasse. Pois até mesmo a oração que afirmasse humildemente para Deus que eu mim não havia soberba, soberba já era em abominável medida.

No entanto, para muita gente, eu virei a Boa Nova.

Tinha gente que gostava que eu existisse como existia, pois, para muitos, minha existência parecia ser “por eles”.

Carreguei esse peso monstruoso muitos anos. E quanto mais eu me dava, pior ficava.

Eu era a Boa Nova. Deus jamais me deixaria sob tal desgraça.

Salvou-me do único modo em que a Boa Nova poderia se mostrar não a mim, mas aos meus irmãos: chamando a si, diante de todos, o homem-boa-nova como um pecador, carente de Sua Graça, e firme nela, sem dela duvidar para si mesmo jamais, e, ainda que esmagado, completamente indisposto a admitir aos homens que seu pecado era ter deixado de ser as Boas Novas de que dele se havia feito.

Quando me pediam que me arrependesse, eu entendia o convite exatamente como o convite ao arrependimento evangélico é: "Passe a ser —ou volte a ser— uma Boa Nova para Deus".

O “deus evangélico” precisa que sejamos uma Boa Nova para ele.

E eu ousaria dizer, numa hiper-simplificação, que toda esta desgraça que está aí é porque a espiritualidade cristã se propõe a ser uma Boa Nova para Deus.

Enquanto nossa angústia for nos tornarmos uma Boa Nova para Deus, seremos os mais angustiados, complicados, enfermos, arrogantes, invejosos, mesquinhos, abomináveis e disfarçadamente desumanos entre a espécie humana.

Eu dou Graças a meu Deus todos os dias por ter me salvado do papel de Homem Boas Novas para me trazer ao meu cantinho humano, onde celebro seu dom em minha vida e minha vida como dom, ao mesmo tempo em que agora percebo que quando os homens me ouvem, ouvem muito mais a Palavra das Boas Novas do que antes. Visto que antes o mensageiro e a mensagem se confundiam, e muita gente ia para casa com amor pelo mensageiro, mas sem ter levado a Palavra na medida em que a tinham ouvido.

Hoje, quem me ouve, não ouve mais a mim, mas apenas Àquele que me ungiu para proclamar a Boa Nova, que antes de ser para qualquer um outro ser humano, é primeiro para mim, visto que, sem competir com Paulo, eu sei que sou o maior pecador entre todos os homens.

Por isso digo:

“Fiel é a Palavra, e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo morrer pelos pecadores, dos quais eu sou o principal”.

Caio Fábio






(Escrito em 2004)